Cobertura do 5º Simpósio Internacional de Corais do Mar Profundo, Amsterdã

Ateliê de Rembrandt em Amsterdã

Ateliê de Rembrandt em Amsterdã

AMSTERDAM, NL, 2 de abril de 2012 – No último andar da Rembrandt House, onde o artista do século XVII viveu, fica o ateliê do mestre, completo com a famosa alcova lembrada em algumas de suas obras mais famosas.

Adjacente ao atelier fica a sala de artefatos, onde os empresários de Amsterdã bem-sucedidos o suficiente para encomendar uma pintura ao mestre podem escolher entre uma variedade de objetos que desejam incluir em seu retrato. Suas escolhas simbolizariam como eles desejavam ser vistos pelas gerações futuras.

Corais em exibição no Atelier de Rembrandt, Amsterdã

Corais em exibição no Atelier de Rembrandt, Amsterdã

Abundantes entre os objetos disponíveis são uma variedade de espécies de corais secos, como gorgônias. Os proprietários de navios podem optar por eles como símbolos de sua perspicácia financeira global. Apenas os empresários mais astutos podiam organizar excursões às então exóticas terras das Índias, orientais ou ocidentais, que coletavam e traziam amostras das esquisitices da natureza ali encontradas.

Esta era inicial da navegação global pode muito bem marcar o início do fim dos sistemas de recifes de coral do nosso planeta. Os capitães de navios determinados a explorar os “Sete Mares” varriam os recifes, destruindo-os sem perceber, ou arrancavam espécimes deles para os naturalistas na Europa.

Corais em exibição no Atelier de Rembrandt, AmsterdãPortanto, talvez seja apropriado que a quinta conferência global desta semana sobre a ciência dos corais de águas frias ou profundas (Simpósio Internacional de Corais do Mar Profundo) seja realizada aqui, na cidade que sediou as primeiras operações de navegação mercantil verdadeiramente globais.

Esta semana, mais de 200 cientistas que estudam o surpreendente fenômeno dos corais de águas frias – corais que podem sobreviver em águas frias que não aproveitam a luz do sol – estão se reunindo para discutir suas últimas descobertas. As discussões vão desde taxonomia e genética até descobertas recentes de importantes locais de corais de águas frias em alguns locais bastante surpreendentes – como na costa sudeste dos Estados Unidos ou em áreas ao redor de Florida Keys.

Grande parte da pesquisa apresentada aqui neste fórum fornecerá a base científica para futuras políticas internacionais e determinará em que lugar do mundo as Áreas Marinhas Protegidas serão declaradas.

As conversas vão desde a descoberta de corais de águas frias no Mar Vermelho, ambientalmente estressado, que separa a África da Arábia Saudita, até o estudo da paleontologia de montes de corais de águas frias na Dinamarca.

Um ponto crítico da conferência pode muito bem ser a discussão da manhã de quarta-feira sobre a interferência antropogênica na saúde ecológica desses ecossistemas antigos. Alguns desses sistemas vêm crescendo há mais de 10,000 anos, desde antes da era da agricultura humana.

E, no entanto, as atividades humanas modernas, como a perfuração de petróleo e gás ou a pesca de arrasto, podem estar acabando ou diminuindo sua produtividade.

Na manhã de quarta-feira, Gregory S. Boland, do Bureau of Ocean Energy Management dos EUA, apresentará uma palestra intitulada “Deep-Sea Corals and the Oil and Gas Industry in the Gulf of Mexico”. A palestra de Boland será seguida por discussões de cientistas que estudaram os efeitos do vazamento da Deepwater Horizon nos sistemas de corais de águas frias do Golfo do México.

Na tarde de sexta-feira, a conferência será encerrada com uma palestra de um representante da empresa de energia Statoil, patrocinadora parcial da conferência.